Ele precisa impressioná-la. A cultura do macho o impele. Ela quer extasiá-lo. A controvérsia da fêmea a abaliza. Ele começa a beber e logo acende um cigarro. Fala alto e até escolhe as palavras. Olha pelos cantos dos olhos, sem querer demonstrar algum tipo de interesse. Então, ela se levanta, olha-o fixamente, e começa a dançar tão bem que até parece que conhece a música. Perfumados e bem-vestidos experimentam a dialética do poder e do medo. Contrapesos da exaustão. Ela é um corpo gratuito. Ele, um fetiche ocasional. Canetas sem tinta escrevendo livros de auto-ajuda. Revolucionando-se culturalmente de forma irresistível. Deprimindo meus ouvidos. Ele não a ama. Nunca vai a amar. Ela não se importa. Cansou de se importar. Ele não se interessa por sua história e tampouco quer saber de suas inquietações. Ela também não quer avançar. Mulher de palavra, não ousa rasgar as roupas das convenções.
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