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8 de agosto de 2012

Eclético

        É incrível essa falta de iniciativa. Toda essa ausência de resistência. Sem o menor equilíbrio entre a imaginação e a experiência. O instinto permanece míope. Exercitar a vontade passa a ser o mais temível sacrifício. Muda a moda, passa a fase, leva vantagem quem se apaixona por seus vícios. A maioria que imita prefere ignorar as incansáveis tentativas de quem cria. Se inquieta. Rejeita. Afasta-se das multidões que sustentam seus próprios tormentos. Sem questionamento. Sem sangue. Sem seiva. Sem vida. Por fora. Por dentro. Não se ativam. Repetem palavras. Comportamentos. Pavoneiam-se com frases de efeito. Sem notar que estas representam ideias, ideais; árdua construção para refletir com os sentimentos. É possível ser assim tão tolerante – tão gente boa, como você se pensa – sem se tornar conivente com tamanho fingimento?