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11 de dezembro de 2014

Jardineiros do céu e do mar

Não esperavam o gelo derreter
Para se moverem
E então escorrerem até onde pudessem trabalhar
Atacando a natureza como se disso dependessem tanto quanto do ar

Não esperavam o vendaval passar
Insistiam em continuar
Prendendo o cavalete em estacas
Subindo em árvores para pintar

Van Gogh e tantos outros e outras
Que também escolheram pela arte viver
Sem, no entanto, terem com o que se manter
Ou uma pousada que não fosse os despejar

Acreditavam que poderiam deixar ao menos esboços
Que as futuras gerações saberiam melhor aproveitar
Questionavam o que acabavam de criar
Constantemente sentindo que haveriam de se superar

Tentando encontrar
Um meio de chegar às cores
Que aos desenhos conseguissem acrescentar
Escrevendo em guardanapos, colhendo as paisagens da noite em um bar

Expressando o que a junção do coração e da mente
Persistia em os inspirar
Registrando suas impressões
Mesmo quando os corvos de dentro, as suas plantações, destruíam sem parar.