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31 de março de 2011

Natural


Se me bolinam
Se me humilham
Fico quieta
Não reajo
Finjo que gosto
Não revido
Já me fizeram isso tantas vezes antes
Que acabei me acostumando
Minha culpa me ajuda a justificar tais atos
Sou mais um desses objetos vivos.

Satisfação ou alívio?


Investindo e canalizando nossas energias vitais para seduzir, manipular
Caindo num ciclo vicioso que sempre nos faz querer e parecer algo mais
Reproduzindo uma estrutura desprovida de vínculos emocionais
Aliviando-nos com o objetivo de reparar, pedir desculpas e continuar.

29 de março de 2011

Melancolia

Sinto que todos estão indo
Por isso, os escuto cantando
Abandonando seus esconderijos
Vejo-os enxugando suas lágrimas
Seus semblantes estão mais vivos
As vozes são muito mais expressivas
Olheiras fundas abrigam olhos que brilham
Estão fazendo as pazes consigo mesmos
Fechando a alma para os subterfúgios
Voltando a ser conectados com a terra
Realizando-se com os sentimentos admitidos
Sem suas máscaras, são felizes.

26 de março de 2011

Às vezes a confusão é o nosso maior álibi



Representações
Esteriótipos
Racionalismos

Subjetivismos
Ressaca
Abismo

Desculpas
Alívio
Pretextos

Escapismos.

25 de março de 2011

fico com a lua

de um modo geral

a convivência humana

é percebida

como mais um jogo

uma corrida fatalista

onde o que se ensina

e o que se busca

é o canibalismo

como alternativa

vou tentando

me desfazer do meu uniforme

não me sinto pertencente

a nenhum time.

Mito da neutralidade

        Quanto mais produtos desnecessários, mais gana, mais impostos, mais expropriação, enfim, mais luxúria, mais poder, mais dinheiro e mais status para sustentar uma estrutura que se mantém mediante a miséria de todas as populações.

Vivissecção humana

A insensibilidade é tão grande
A blindagem é tão presente
Que são poucos os que conseguem enxergar além de suas próprias lentes
A referência é tão pérfida
A vaidade é tão patente
Que já passou da hora de percebermos que o embuste não passa de mais uma experiência.