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23 de março de 2011

Aborto


Dia-após-dia ela pedia menos.
Não tinha mais forças para expressar o que realmente sentia.
Esgotava-se e ouvia sempre a mesma gritaria:
Cale a boca ou eu vou até aí com a minha cinta!
Deixe-me assistir minha novela em paz, sua ingrata!
Filho só dá trabalho! Só atrapalha!
Eu me mato de trabalhar para te dar esses brinquedos e você nem brinca!
Quando seu pai chegar, aí sim você vai aprender o que é a vida!

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