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29 de junho de 2023

fluxo

imersão peculiar

interação com o tempo

desembaraço ao executar

movimento no espaço

clareza do espírito

prazer por integrar.

R.E.M. - Drive

R.E.M. - What's The Frequency, Kenneth?

28 de junho de 2023

ska

chimbal

fechado

chimbal

aberto

acordes

agudos

melódicos

desenhos.

27 de junho de 2023

dissonância

olha

não vê

aparenta

não é


excesso

expressa

ausência


vira

páginas

não lê

ou relê.

24 de junho de 2023

cooperação

emocional

racional


alimenta

informa

afeição e

satisfação


conecta

elabora

calma e

disposição


sentimentos

sobre

sentimentos


opiniões

das

emoções


pensamentos

sobre

pensamentos

 

sinapses

linguagens

educação.

20 de junho de 2023

maciez

no âmago

encontro

aquela voz

que não me

deixa esquecer


quem sou

nesta

atmosfera

que me faz

perceber


paz

no espírito

sentindo

sua

maciez.

18 de junho de 2023

Burning Spear - Trust

Burning Spear - Rock And Roll

Burning Spear - Loved For Who I Am

Burning Spear - Rise Up

Burning Spear - Old School

Burning Spear - Changes

integridade

preza

tua memória

indigna-se

revisionismo

negacionista

distorção

dos fatos

manipulação

das narrativas.

15 de junho de 2023

Retrato

Andando em uma bicicleta verde – usada pelo filho mais velho de nossos vizinhos japoneses – e que me foi dada de presente. Meu vô Toninho atrás, me ajudando, incentivando. Quando me dei conta, cadê meu a? Sem suspeitar o que poderia fazer diante daquela ausência, lá estava eu pedalando e me equilibrando. Por mim mesmo. Que sensação nós tivemos?

Minha vó Teruko me ensinou a fazer, com as cartas de baralho, vários castelos. A gente ouvia alguns discos e montava esses castelos entre os tacos da sala, com um relógio de corda, os pilares transversais e as fotos que continuam nas paredes. Enquanto costurava, me encorajava a posicionar meus dedos sobre o braço do violão para que os acordes soassem com algum brio, intensidade e beleza.

Meu vô Pedrão criou uma máquina do tempo. Naquele momento, era um trem feito com um banco de madeira. Eu e alguns de meus primos e primas viajávamos manhãs e tardes inteiras. Visitando parentes, fazendo paradas para nos alimentarmos. Nutrição para o corpo inteiro. Vivíamos histórias que ainda me integram.

Minha vó Hermínia fazia massa para as pizzas ou a macarronada no sábado para servi-las aos domingos. Com seu lenço na cabeça, cabelos branquinhos, radiantes, sorria satisfeita quando reunia seus filhos, netos e bisnetos.

Minha mãe alfabetizava. Lembro das pilhas de cadernos sobre a mesa, do mimeógrafo, do cheiro de álcool e dos carimbos que ela usava para elaborar a matriz que, para ser rodada, precisa estar bem seca. Quando vou visitá-los, mesmo que a mesa e a cozinha não sejam as mesmas, minha memória se adianta. Entrelaça esses elementos.

Samambaias, orquídeas, avencas... Muitos vasos, várias peculiaridades sobre intensidade da luz solar, podas e venenos para protegê-las.

Desde muito cedo meu pai me levava para o campo. Sítios onde íamos buscar a matéria-prima (carne suína e bovina) com as quais tirávamos o nosso sustento. Quantas vezes ele usou uma tesoura e uma agulha desinfectada com a chama do seu isqueiro ou de uma das bocas do fogão para tirar os vários bichos-de-pé que eu hospedava por andar descalço ou de chinelo perto dos pastos e dos chiqueiros?

Nesses sítios eles matavam os animais com um porrete que acertava as nucas e os sangravam logo em seguida com facas e suas lâminas esmerilhadas com destreza. Usavam uma carretilha para os levantarem, retirarem seus couros e entranhas e havia sempre uma balança para os pesarem e calcularem os preços.

Íamos de fusca ou de kombi, só nós dois, ouvindo uma rádio da cidade que tocava músicas sertanejas. Os automóveis voltavam carregados, mais assentados nas estradas asfaltadas ou de terra. Depois que descarregávamos, lavávamos as lonas com todo aquele sangue e rumávamos para casa.

Eu tomava um banho, jantava e logo ia dormir, esperando rever meus amigos do colégio.

emanação

ficção instiga a vida

vida inflama a ficção

realidade interrogada

senciência e representação.

14 de junho de 2023

Philip K. Dick

Realidade é aquela coisa que, quando você para de acreditar nela, não desaparece.”


Eu não tenho que provar nada a ninguém, especialmente a mim mesmo. Escrever romances e contos é um trabalho árduo, mas o que importa é o trabalho em si – o trabalho que é produzido, mas também o ato de trabalhar: a tarefa em si. O fato de que estou datilografando num papel barato, comprado no supermercado Market Basket não conta nem a meu favor nem contra mim no grande placar do céu, ou seja, no meu próprio coração.”


(…) Até que ponto você tem medo do caos? E até que ponto a ordem o deixa feliz?”


Não sou muito, mas sou tudo o que tenho.”


(…) Não é a substância dentro da lata que os ajuda, mas sim a fé na promessa de que ela vai ajudá-las.”


Viver é ser assombrado.”


(…) O corpo tem poderes que a mente desconhece.”


Sinto que estou escolhendo o caminho de menor esforço , em todas as situações. Estou preservando a minha energia psicológica. Mas só um organismo que está se preparando para morrer faz isso. Eu estou me retirando da vida em si? Talvez seja isso. Não sei.”


Ás vezes, enlouquecer é uma resposta apropriada à realidade.”


A verdadeira medida de um homem não é sua inteligência nem o quanto ele cresce neste establishment maluco. Não, a verdadeira medida de um homem é a rapidez com que ele consegue responder às necessidades dos outros e quanto de si ele consegue dar.”

11 de junho de 2023

desilusão

sou

grato

minha parceira

por compartilhar

essa vivência


confrontando

o que

achávamos

que sabíamos

sobre esse tema


intrigando

solicitando

de nossas

imaginações

uma providência


processamos

algumas ilusões

construções

e desconstruções

salutar convivência.

10 de junho de 2023

até quando

vamos

medicalizar

os problemas sociais?

do sofrimento coletivo

virão os supostos

conforto e bem-estar?


seremos

entusiastas

dos progressos

globalitarismos

que nos dizimam

e ao nosso habitat?


utilizaremos

a mesma lógica

do capital

para expressarmos

o que acontece em nossa

realidade emocional?


civilização

registrou a antropóloga

Margareth Mead

constata-se

pelo mútuo cuidado

entre os iguais.

7 de junho de 2023

arte

admiro

suas formas

linhas

e traços


como

encadeia

ressignifica com

as palavras


expressões

perspectivas

discernimentos

personalidades


beleza

e unidade

impactam

minha alma.