Quero colher flores nas madrugadas chuvosas e tristes
Dissipar minhas certezas e incertezas latentes
Quero abocanhar cada fruta que encontrar pelo caminho
Sorrir descontraidamente com os seus nacos entre os meus dentes
Quero me desvencilhar da superficialidade tirânica
Abrigar-me entre as asas de um beija-flor fossilizado
Quero navegar e naufragar a cada pôr-do-sol
Emergir ainda mais transtornado
Quero voar como as folhas e cair como a neve
Crescer como os eucaliptos e despontar como uma aberração
Quero alimentar os porcos, servir de isca aos peixes,
Viver tal como um mendigo e ser expulso do seu portão
Quero provar da minha sorte
Ouvir a sua música
Conviver com a inconstância
Redescobrir como se ama
Quero ser a lata de lixo
O caminho da perdição
Quero sofrer as conseqüências
Morrer por não saber desconsiderar sua alusão.
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