“Você
chama de violentas as águas de um rio que a tudo arrastam, mas não
chama de violentas as margens que o aprisionam.”
“Considerando
nossa fraqueza, os senhores forjaram suas leis para nos escravizarem.
As leis não mais serão respeitadas, considerando que não queremos
mais ser escravos. Considerando que os senhores nos ameaçam com
fuzis e com canhões, nós decidimos: de agora em diante temeremos
mais a miséria que a morte.”
“Mostre-nos
o caminho que devemos seguir, e nós o seguiremos como você, mas não
siga sem nós o caminho correto. Ele é sem nós o mais errado. Não
se afaste de nós! Podemos errar, e você ter razão, portanto, não
se afaste de nós! Que o caminho mais curto é melhor que o mais
longo ninguém nega, mas quando alguém o conhece, e não é capaz de
mostrá-lo, de que nos serve sua sabedoria? Seja sábio conosco! Não
se afaste de nós!”
“Quem
se defende porque lhe tiraram o ar ao lhe apertar a garganta, para
esse há um parágrafo que diz: ele agiu em legítima defesa. Mas o
mesmo parágrafo silencia quando vocês se defendem porque lhe tiram
o pão. E, no entanto, morre quem não come, e quem não come
suficiente morre lentamente. Durante os anos todos em que morre não
lhe é permitido se defender. Desconfiai do mais trivial, na
aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como
coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão
organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”
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