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18 de fevereiro de 2011

Minha herança

Infelizmente a maioria das famílias ou está dando ódio ou está dando falsa liberdade – dinheiro – aos seus filhos. Geralmente as crianças que ganham amor são mais propensas a doarem-se. Querem, de uma maneira quase natural, retribuir as gentilezas. Semear e acompanhar o germinar de novas naturezas. Felizmente isso não é regra, pois algumas crianças que foram negligenciadas em suas necessidades afetivas conseguem observar, parar e até apreender outras dimensões. Possivelmente até aquelas que foram condecoradas com maiores possibilidades podem vir a quebrar as correntes. Divertirem-se a plantar outras sementes. E depois, quando crescerem, saírem de seus solos sagrados. Esquecer, por um tempo, o templo das complexidades, e, sem pesar, pôr e até sujar suas mãos com a terra onde não se precisa de conceitos e muito menos diplomas para compartilhar. Resignificar todos esses sonhos de termos sempre alguém que cuide de nossas coisas, nossas roupas, nossas aparências, nossos filhos, nossas mentes, nossos corpos e almas. A partir de pequenos gestos podem muito bem abandonar essa vontade submissa, essa esperança sinistra, atiradas como adubos nessa base infértil. Isso tudo se ao menos lhes for sugerido que as vontades humanas já nascem preparadas para aprender. E se surpreender.

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