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18 de fevereiro de 2011

Cumplicidade

O amor é um capricho da alma. Intensifica os sofrimentos e pode levar tanto o homem como a mulher a mais indigna servidão. Tortura, desagrada, maltrata, finge, mente, omite, trai, massacra, despedaça, demoli, divide, corrói, cerra, desintegra, avacalha, destrói... Quando um ou os dois envolvidos não se comprometem. Muitas vezes quando se descobre é tarde demais. A solidão, ao invés de inspirar a reflexão, pode se tornar mais uma espécie de luxo, de simples compensação. Reprises de tudo de bom e de ruim que não foram em vão. Pode, ao seu modo, levar tanto o homem como a mulher a mais completa degradação. Desencanta, amargura, cobra, tiraniza, reprova, oprime, enclausura, esconde do espírito todas as possibilidades de transformação. Tudo se passa como o se o ciclo da admiração, da desilusão e da indiferença não fosse ter mais fim. Muitas vezes quando se fala é tarde demais. A esperança e a confiança talvez não voltem a lhe acompanhar jamais.

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