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20 de agosto de 2011

Ruído

Daqui de onde sou há uma barreira que não parece intransponível. Ela aparece quando não enxergo ou exagero os significados que atribuo quando ajo motivado por algum sentimento que me surpreende indeciso. Reconheço que, retirando toda a apreensão, ainda assim, continuo existindo. Será que o exército está finalmente agindo? Se autodestruindo porque foi esta a instrução recebida?! Talvez precise ir além de existir. Talvez seja apenas mais reconfortante pensar isso. Talvez seja hora de destelharmos nossos abrigos. Saber se queremos permanecer neste contínuo sobreaviso. Receptivos aos humores que, fingindo administrar, aproveitam para espalhar novas ogivas nos locais onde as cirurgias não restituem os sorrisos. Diagnosticando outros tantos sintomas para sedar a poesia? Grana é a razão desta idolatria. Cada um escolhe o que bem entender, compra o que quiser e paga a quantia que julgar merecida – grita a maioria que acaba de escolher a guilhotina feita sob sua justa medida. Sim, já temos morfina! Antidepressivos. Já temos a droga do amor. A droga que a vontade aniquila. Testes tão difíceis ao longo de nossas vidas. Outros utensílios irão aparecer. Pode apostar. Mas o preço vai acompanhar a demanda das dores que nos afligem. Há uma ponte que talvez ofereça algum auxílio. E nós a derrubamos um bom pouco a cada dia, pois precisamos que a matéria terra seja revertida em valores distintivos. Graças aos nossos sonhos apocalípticos. Temos uma turma toda reunida. Decidida a seguir esta ou aquela burocracia? Há uma barreira que vem abaixo todo dia. Dentro do infinito há estrelas que não carecem de cores mais vivas. São seus próprios objetivos. Por que os jornais, as músicas e os livros mais difundidos bombardeiam nossos núcleos com os prazeres do conformismo? Não preciso ser convencido. Talvez seja isso! Governados. Instruídos. Tributados nos consórcios desse genocídio. Protestando para as autoridades nos livrarem de nossos próprios projéteis rebatidos. Sensível desejo de possuir o impossuível. Sensível razão que reconhece o vazio. Repito: quem lhe aprova o sentimento, quando não há nada mais recíproco do que segui-lo?

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