no meio do asfalto
há um pedaço de nós mesmos
relegado
conscientemente
pela necessidade de barganharmos nosso recheio
ao seu lado estão os abutres
com seus bicos abertos
ansiosos
porém, sem qualquer angústia
por escolher quem será devorado primeiro
no meio do asfalto
pulsando como só eles
nossos corações
na contramão do hábito
soando como acordes inexistentes.
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