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26 de novembro de 2021

Gratitude

   Dentro do movimento há vários movimentos. Estilos. Gêneros. Punk Rock. Hardcore. Rap. Metal. Ska. Guitar. Indie. Grunge. Rockabilly. Psychobilly. Blues. Reggae. Músicas. Fanzines. Skate. Literaturas. Filosofias. HQ’s. Grafite. Autoconhecimento. Protestos. Rádios comunitárias. Coletivos. Anarquismos. Feminismos. Veganismo. Straight Edge. Splits para os trabalhos circularem entre os parceiros. O underground como contraponto ao mainstream. Essa badalação indigesta. Tantas e tantas vezes sectária. Super produzida a ponto de suprimir o humano. Esta incompletude latente. Que aciona as possibilidades de fazer o inverso. Sou grato pelas cartas trocadas. E ao que aprendi com a expectativa pelas suas idas e vindas através dos correios. Os flyers que recebia. Sobre as bandas. Os escritores e suas publicações. Os shows. As cenas que se apoiavam. Sem descartar os conflitos ideológicos. E os desentendimentos. Os releases. As fitas demo e os zines que trocava ou comprava. Tudo isso me levou a entender. O até então estranho “do it yourself”. Contracultura. Resistência. Sou grato por fazer parte desse meio. Crescer com essa referência. Como alternativa aos padrões de comportamento. Esperados de um jovem interiorano. Querendo livrar-se das inumeráveis correntes. Do familiar pressionamento pelo ilusório sucesso. Grato, pois com esses elementos. Pude ampliar meus horizontes de escolhas. Encontrar o que queria. Fazer o que penso ser justo ao menos para comigo mesmo. Respeito mútuo. Anticonsumismo. Posicionamento. Nas relações entre os seres. Que hoje sabemos ponderar. Por relativizarmos essa busca delirante pela atuação perfeita. Inventada e invejada na ânsia por fazer parte dessa névoa de gente. Motivada pelo medo. De frustrar. Se rever. E aprender com o que amaldiçoadamente se tem para viver. Com o seu toque. A sua verve.

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