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20 de novembro de 2021

Contentamento

   Observa algumas pichações pelos muros da cidade. “Mindset é o caralho!” “Amor, porra!” O que estas manifestações revelam? O que leva essas pessoas. A agirem dessa maneira? Reflete. Pois compartilha dessas percepções há algum tempo. A tal ponto que já não consegue deixar de reagir. Como parte. Presente. Seremos as máquinas que tudo produzem. Consomem. Descartam. Votam. Competem. E se esquecem progressivamente de si mesmas? Quais pegadas deixaremos. Para os que hoje sequer se sentem como sujeitos? Quantas medalhas, troféus ou bandeiras. Exporemos em nossas quase casas para provarmos o valor de uma reputação que nos nega? Anda em busca de discernimento. Pois o interpessoal caminha incontinente. Por paragens desertas. E até receia demonstrar seus afetos. Pois muitos o interpretam como invencionice de gente insegura. Dependente. Que não investe o suficiente em suas carreiras. Num bom jogo de deixar rolar. E não lutar pelo que queremos. Rumina por dias e noites esses pensamentos. Até, quem sabe, colidir com a disposição para parar. Refletir sem toda essa pressa. Reconhecer o delírio coletivo. A profundidade do ferimento. E não simplesmente seguir. Sem saber o que uma existência pode significar. Nesse contexto. Da angústia que nos invade. Como vontade. Necessidade que as engrenagens fazem de tudo para nos ludibriar. E esquecermos.

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