pensar
em civilização
pressupõe
considerar o atrito
talvez
porque
apesar
de todos os potenciais disponíveis
e
de todas as riquezas que produzimos
somos
forçados a trabalhar muito mais do que o devido
para
uma pequena minoria monopolizar e monopolizar sem limites
contêineres
cheios de mercadorias
e
barrigas vazias
cofres
ultra protegidos
e
pessoas mortas todos os dias
pela
fome, pela miséria
pelas
barreiras reais e imaginárias
socialmente
construídas e justificadas como imprescindíveis
mercado
econômico cultuado
por
pessoas em destaque
e
também pelas pessoas esquecidas
escravizadas
pelo próprio modo de produção
que
as exterminam
talvez
o atrito
reduza
essa velocidade alucinante
nos
convença de que as convenções sociais
não
são independentes dos
limites físicos
de
um universo onde nossos
atos não passam
assim tão despercebidos
talvez
nossa felicidade
assuma
outra rumo
não
provenha mais da fuga da dor
mas
advenha da vida compartilhada
associada
e comprometida com todos os organismos vivos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário