Já pensou que o segredo que tanto
procuramos pode estar no fato de não existir segredo algum? Que o pouco que nos
acontece, que muito do que nos persegue, que as surpresas que nos despertam, podem
ser simples frutos de relações complexas? De nossas intromissões cosmopolitas?
Que somos, afinal, bem mais mundanos do que nos acostumamos a admitir? E muito
do que sabemos pode ser apenas uma abreviação? Ou mais alguns desses exageros
que cometemos todos os dias? Que toda fé e todos os milagres que gostamos tanto
de nos revestir e que afirmamos virem só para nos redimir podem se construir a
partir de um conjunto de associações que vamos fazendo sobre o que precisamos.
Para com o caos uma espécie de segurança poder assumir? E assim suportarmos
nossos limites? Sem, no entanto, nos descobrirmos? A vida, quando tem de ser
aprendida todo dia, não se torna bem mais convidativa?! Não seremos apenas
aprendizes de vários ofícios que nem imaginávamos que pudéssemos vir a nos
interessar como sendo sempre novos desafios? Dedicação. Estudo. Entrega.
Contemplação. Enfrentamento... Escolhas que fazemos e não confortáveis abrigos.
Então, por que o desespero?! Por que o medo sem fundamento, quando este mesmo
medo pode nos fazer enxergar além do que já foi visto?! Por que esta vontade de
incluir gente que não quer ser incluída?! Que prefere lutar de outro jeito?! E
que talvez nem queira ou se disponha a ser tão reconhecida?! Se também queremos
ser entendidos e entender para vivermos bem mais comprometidos. Para que
deixemos um bom lugar para que as futuras gerações possam crescer. E se
desenvolver. Desdizendo inclusive nossas mais relevantes diretrizes.
Demonstrando que somos todos membros de uma mesma família, que evolui através
de seus erros e acertos. Inventando e aperfeiçoando seus laços, seus
fundamentos, seus sentimentos, seus juízos. Apesar de cansado, quero acreditar
que haverá um pouco mais de paz e de sossego quando toda essa corrupção deixar
de ser motivo de vergonha e se transformar em mais um fato que não tem a mínima
razão de existir. Porque esta tendência de possuir todo este poder haverá sido
extinta. Não será mais imitada, ensinada ou reproduzida com o todo o ímpeto de
uma empresa que só gera resultados positivos. Limitando nossos não menos
impactantes jeitos de nos percebermos. Perecermos vivos.
"Ele viveu na sociedade, mas contemplou as estrelas e o universo... Amou e viveu, entretanto no fundo tinha conhecimento da fragilidade da existência, não suportou a revelação... Breve concluiu que existia, e isso não foi um benefício..."
ResponderExcluirO mal do século!!!