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31 de maio de 2013

Educação?!



Já sei. Vocês vão me dizer que isso é relativo e blá, blá, blá... Acontece que estamos dentro de um Estado e não, vocês não podem fazer o que bem entenderem. Vocês têm direitos, mas também têm deveres, ok? Vão me dizer que essas escolas são legítimas, têm inclusive autorização para funcionar e etc. e tal... Que sãos os próprios pais destas crianças que os matriculam nestas instituições porque assim escolhem, preferem... Que somos livres e que este mesmo Estado garante o direito das mais variadas crenças e práticas religiosas... Vão me dizer que eu vou queimar no inferno por toda a eternidade, mas... Vamos ao que importa. A educação no Brasil é ou deveria ser laica. Deve, por lei, assegurar aos educandos o acesso ao conhecimento, a possibilidade ao questionamento, enfim, à construção de seu próprio pensamento, de seus próprios conceitos. Críticos, criativos, graduais. Não entupi-los de dogmas, de meias verdades que no fim não passam de mentiras inteiras, definitivas. Olha a contradição! Olha a impunidade, mais uma vez aqui, bem na nossa cara, patente como o sol desta manhã! Cadê a educação sem fins lucrativos que aparece na constituição? Cadê os recursos desta educação privada revertidos em mais educação? Estas escolas investem o quê em pesquisas científicas para aprofundar nosso saber e contribuir para nos posicionarmos num mundo como cidadãos? Uma constituição que não se cumpre não tem sequer o direito de ser chamada de constituição. Se vivêssemos numa sociedade onde o Estado não fosse monopolizado por tantos corruptos e assassinos que só pensam em seus próprios benefícios eu nem estaria aqui escrevendo este texto por perceber a imprudência de todas estas concessões... Se vivêssemos num meio onde o Estado fosse obrigado a ser sério, justo, se cumprisse com o seu papel de gerir os bens públicos de acordo com o que o público quer, essa “escola” deveria ser fechada. Usada para outros fins. Quem sabe uma nova igreja? Mas escola, nestes termos, não. Por favor! Saber é deixar aos poucos de ignorar e começar a interpretar os fatos, questioná-los, para ver se há comprovação. Saber é procura, é construção diária, é processo, é incentivo à dúvida, à veracidade das informações. Agora, ensinar a estas crianças estas “coisas”, não. Por favor, repito, chega de enganação! Vocês têm todo o direito de acreditar no que quiserem, mas não tem o direito de negar os direitos destas crianças de pensarem por si mesmas, de negarem ou de converterem os fatos históricos e as evidências científicas em suas pregações – só porque vocês acreditam que é bem melhor assim e que não há outras explicações mais plausíveis, porque assim vocês vão ter que mudar de opinião. Sei que as crianças fazem o futuro de qualquer nação.

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