Desculpe
lhe desapontar
Mas
o deus que você cultua
Pode
ser mais uma ferramenta
Posta
em uso para nos escravizar
Desculpe
lhe questionar
Mas
não entendo por que
Preciso
professar uma fé
Imposta
por uma igreja
Que,
pregando a bondade,
Insiste
em assassinar
Fazendo
muitos abjurarem
Silenciarem
suas opiniões
Para
não acabarem em fogueiras
Forcas,
calabouços, manicômios ou asilos
Por
continuar a procurar
Dando
cobertura
Para
que todas essas relações de domínio
De
humilhação e submissão voluntárias
Possam
melhor se justificar
O
que me espanta é que quando lhe digo
Que
podemos interrogar as convenções sociais,
Ou
seja, que se nascêssemos em outro lugar,
Teríamos
outros ensinamentos
Seríamos
educados a respeitar outros deuses,
Você
me diz que prefere não pensar
Que
prefere não saber
Que
é melhor ignorar
Porque
esse tipo de heresia
Pode
fazer qualquer fé se enfraquecer
Se
esfacelar
O
que me indigna é que você quer me convencer
Me
encaminhar
Fazer-me
pactuar
Enquanto
estou apenas tentando dialogar
Debater
Não
lhe impor o meu modo de me posicionar
Minha
resistência a esta vaidade
A
esta falsa segurança
Reside
no fato de que
Os
ateus e atéias fazem muito mais pelo bem comum
Do
que os que creem em entidades sobrenaturais
E
competem entre si para melhor se diferenciar
Detestando-se
entre si
Prontos
para – quantas vezes for preciso –
Guerrear
Uma
vez que são os escolhidos para assim reinar
Sobre
todas as outras criaturas
Que
só querem viver
Sem
essas necessidades supérfluas
Para
integrar
Cooperando
Convivendo
Sem
esse benefício
Essa
busca pela recompensa
De
se salvar
Quero
apenas me libertar da ignorância
Sem
a ambição de um sábio
Que
a tudo consegue explicar
Mantendo
a dúvida acesa
Para
as questões que sugerem
Outras
formas de olhar
Até
minha morte,
Viva
o livre pensar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário