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23 de fevereiro de 2013

Hoje tem marmelada?

Ligo a T.V. e vejo as notícias selecionadas. Difícil não pensar nas intenções desse veículo abastecido com tanta desigualdade. Desse meio onde se propaga a cultura de viver sempre com alguma vantagem. Corrupção, olimpíadas, férias, o boom das cirurgias plásticas. Estupros, negligências médicas, golpes e mais golpes sobre os aposentados. As filas, os cursos no exterior, as fantásticas oportunidades. Todo o valor de um currículo que apresente o carimbo de uma boa fraternidade. Imagino a fina mordaça, a extensa carapaça desses indivíduos tão apegados ao medo de se verem sem respaldo. Oh, triste vida aprisionada! Desde o berço sua miséria começa a ser disfarçada. Oh, estupenda competitividade! Pais, mães, avós e criados pagando caro para que seus filhos colem os adesivos de vencedores nas janelas de suas casas e carros. Acostumados à picaretagem, não percebem que são eles mesmos que fecham as correntes e cadeados, acionam as cercas elétricas e os alarmes que – no discurso – alegam querer ver inutilizados. De público e com qualidade, senhores e senhoras respeitáveis, pouca coisa se enraizou de fato a não ser as promessas vazias de homens e mulheres ávidos por assegurarem seus status. Então, acho que já chega de gritar slogans ditados por aqueles que só pensam em suas carreiras e em seu prestígio por se infiltrarem nos lugares cotados como os mais politizados. Chega de certificados comprados e intermináveis listas de presença para atestarem nossa assiduidade. Se quisermos algo mais, devemos ir além de categorias e revoluções específicas ou por demais particulares. Podemos reinventar nossos jeitos de nos relacionarmos. Sem os embaraços dessa globalização da desonestidade.

Um comentário:

  1. ei ''Anti'' ou apocaliptico com preferir...gostei do blog le alguns textos curti apenas uma passada rapida.Mas curti.....

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