Esforço repetitivo. É preciso rever valores. Confrontar certas crenças que o aperfeiçoamento limitam. Por exemplo. Muitos dizem que sem sofrimento nenhuma grande obra poderia ter sido parida. Penso em Charles Dickens. Ok. Nesse caso, ele deixou uma obra inesquecível. Fruto da sua vivência dolorida e do modo como, escrevendo, revirava, elaborava e amalgamava suas emoções mais íntimas. No entanto, existem muitos outros que estão ou estiveram imbuídos em histórias de vidas tão trágicas quanto, marcadas por abusos, tentativas de fugas através do álcool, das drogas, etc, e isso não faz de suas criações obras de arte com algum brio. Investem. Perseguem. Anunciam. Postam vídeos apelando para a autoestima de um público que precisa ser convencido. Fazem cursos de escrita criativa, técnicas de como desenhar, roteirizar hq’s, uma parafernália que ajuda, mas não gera aquele detalhe que chamo de verve. Suas peças são medíocres. Acredito que focam muito no de fora e esquecem que o de dentro muitas vezes é o que traz à tona a dialética entre a singularidade e os arquétipos coletivos. Originando luz. Em contraste com a escuridão que a complementa e torna a sua existência possível.
Belo texto.
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