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8 de junho de 2022

Transcendência/arte/monocromia

   Que ideia é essa de se ocupar com o impossível? Por que não segue simplesmente o seu destino? E tenta, como todo cidadão respeitado, ganhar a vida? Onde foi que aprendeu a acreditar nessa mentira? De que a arte apreende a realidade tal qual ela se mostra e se modifica? Símbolos representam, apresentam, mas também limitam. Nossa interação com o meio e com os outros mundos que a sobrevivência imediata não necessita. Então, por que insistir nessa sina? Precisa realmente expressar o que lhe atinge e lhe transcende, mesmo que os meios de que dispõe sejam tão pífios? A realidade lhe perpassa, lhe ultrapassa e você quer realizar-se de outro modo?! Estranho sujeito, eu diria! Achegar-se a um todo que, enquanto conceito, pensa ser provável, mas percebe e sabe ser incompreensível?! Diante de todos os desafios. Pode elencar somente algumas partes e, ainda assim, quer manter a convivência com esse todo fugidio? Vamos, me diga, o que acontece dentro desse ser que busca conhecer-se, conhecendo a realidade que o aprisiona nessa cela de onde desenha? Escreve. Toca. Se revira. E apenas às vezes participa?

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