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5 de junho de 2022

Onírico

   Como um antílope. Ele corre. Por um cenário que vai se construindo. Onde luas e estrelas sussurram e continuam influindo. Olha para trás e visualiza uma savana. Vira-se para frente e encontra um deserto repleto de miragens. Querelas de um mundo de imagens refletidas. Clima, flora e fauna intercalando-se. Numa madrugada fria. Revira-se como quem é surpreendido. Por um sonho que precisa ser vivido. Para prosseguir desperto. Movimentava-se. Agindo e reagindo. Como fagulha. Não prescinde da matéria para continuar propagando-se até atingir o seu clímax. Sobrevoa. Rasteja. Como quem sente. A fusão dos espaços. Com a distopia dos tempos vividos e revividos. Depara-se com sons. Palavras. Quadrinhos. Poemas. Acordes estridentes. Perseguindo-o. Com fúria. Urgência de afetá-lo em cada partícula. Na procura por desvendar. Cria e recria. Tentativas para localizar os rastros. Dos predadores. Que o espreitam. Das frestas de um desejo. Que se metamorfoseia em vontade de ser repercutida. Assim, ele apura o olfato. Altera as perspectivas. Toca algumas superfícies. Para reconhecer o que o aflige. Acolhe. E talvez o abrigue.

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