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3 de outubro de 2011

Feliz aniversário!

Poucas crianças. Numa festa de aniversário. Aqueles cachinhos ainda molhados. Presos. Acondicionados. Os salgadinhos, os refrigerantes, a expectativa para soprar a velinha e do bolo comer vários pedaços. Os brigadeiros, os beijinhos. Aqueles vestidinhos fizeram com que me lembrasse de minhas antigas roupas feitas com retalhos pelas mãos de minha avó tão sensível às verdadeiras necessidades. Todas aquelas brincadeiras esquecidas e recordadas quando me sentei na calçada para fumar outro cigarro. Como recontar aquela história, se você não se importa com mais nada além de você e o seu status? Como despertar animado, se você não pode contar a elas que um dia se sentiu amada? Tinha muito medo de segurá-las no colo, niná-las. Tinha receio de sentir seus coraçõezinhos pulsando, seus olhinhos brilhando. Já não acreditava? Com cuidado, você um dia irá sentir-se tocada na alma. Talvez assim consiga vivenciar a felicidade sendo, enfim, real, porque é compartilhada. Aquele livro lhes encantavam. Aquelas cores misturando-se com as imagens, nutrindo o imaginário. No salão, aquelas mesmas músicas tantas e tantas vezes escutadas. Mesmo sem vontade. Aqueles mesmos adultos que não estranhavam o silêncio daquelas crianças tão comportadas. Entregando seus presentes sem expressar que ali também estavam. Os pequeninos não aceitavam e espero que nunca aceitem essa posse do trabalho que os deixam cada vez mais afastados. Um cafuné. Um carinho. Uma boa noite para lhes mostrar o céu tão estrelado. As gotas de chuva que caíam, os relâmpagos e os trovões nos fizeram voltar para casa um pouco mais cedo, com as perspectivas de um mundo de sonhos e fantasias onde não existem mentiras e dores para serem curadas. Parabéns, Karolaine!

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