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31 de maio de 2011

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        Não vou me especializar em nenhuma disciplina. Não vou correr para aprender outra língua. Não vou ingressar nessas instituições falidas. Não vou aceitar toda essa farsa admitida como necessária à minha vida. Não vou cumprir essas ordens suicidas. Simplesmente porque não acredito. Não quero nada disso. Não vou me arrepender. Pode ficar tranquilo. Não preciso. Não participo. Sequer admito. Não sou como você que aceita tudo para parecer que tomou algum partido. Sem pátria. Sem deus. Sem religião. Eu vivo. Sem companhias que não partilham. Sem relações de mentira. Sem luxo. Sem presentes. Sem compensações. Sem sorrisos fingidos. Sem conhecimento que dá abrigo. Não vou lhes acobertar. Não vou lhes sustentar. Não vou me agrupar. Pois, pra mim, isso não passa de exibicionismo. Por que só os escolhidos? Por que os excluídos, agora, estão cursando seus cursos, acham que isso é um grande benefício? A melhor alternativa paliativa? Por que instruem empregados bem vestidos, dormem bem por conta disso? Por que os seus carimbos os ajudam a serem bem sucedidos, dentro de um sistema assassino, pensam que fica mais difícil sentir a vitalidade competitiva? Por que podem consumir, acham que estão mais próximos da vida? Por disporem de meios para professar a caridade que lhes justifica? Por se refestelarem, acreditam que o mundo está mais evoluído? Por que muitos financiam, sonham que a desigualdade vai ser menos explícita? Acreditam mesmo que vou morrer calado por não estar fazendo as mesmas coisas que vocês fazem, só porque precisam que não se fale mais nisso?

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