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15 de janeiro de 2022

Torcidas

    Quando nos dão o referencial a ser seguido. Insistem nos critérios dualistas. Maniqueísmos que vamos reproduzindo. Muitas vezes sem associá-los aos nossos sentidos. Gêneros, comportamentos, vieses que pouco transformam-se para que não toquemos as conexões de que prescindimos. Fechados por achar que basta atacar ou viver na defensiva. Querendo que a revanche funcione como única saída. Medo de ficar vulnerável. Medo de ser deixado na arquibancada do esquecido. Mantendo a cisão ou fazendo dela uma troca superficialmente dialógica. Deprimidos para manter um papel de autossuficiência que não vibra. Fazemos e dizemos o que julgamos como nosso espelho refletido. Ideal e projeção para não atravessarmos as carapaças dos ouriços. Corpos para a guerra. Para a arte. A filosofia. Planejamos para além das linhas que demarcam nossas vidas. Algo de que precisamos porque assim bravejam os gritos das torcidas.

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