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11 de maio de 2020

Sem título

Por aqui os caixões só aumentam e estão todos lacrados. Alguns corpos apodrecem em caminhões frigoríficos não refrigerados. Outros, permanecem por horas em macas pelos corredores de hospitais que são maquiados quando recebem as visitas das autoridades. Aguardam em casa por dias enrolados em roupas de cama na espera pela assistência funerária. Morre-se por contágio e também por uma economia que nunca pôs ou quis a vida em destaque. O reizinho dando de dedos. Os principezinhos fantasiados de mocinhos vão sendo resguardados. O congresso praticamente acuado. Claro! Com seus privilégios poupados. Gasta-se muito das divisas públicas. Sem qualquer consulta, licitação ou plano elaborado. As burguesinhas e os burguesezinhos continuam entusiasmados. Viajando em voos particulares. Patrocinando as lives milionárias. Agredindo enfermeiras. Desfilando em seus super carros. De máscaras, debochando, pedindo o fim da quarentena. Do isolamento como medida para evitar o colapso. Da proteção para com os seus empregados. E seus seguidores inflamados. Ah, pobres coitados! Sentem-se representados. Apenas fazem do despreparo. Um patamar a mais para o oportunismo trinfar intacto. O que fazer com as pequenas empresas abrindo falência? Com os trabalhadores desempregados? Como se esse fosse o foco. O mote desse governo(?) desde a sua esdrúxula escalada. Há falta de pessoal. De treinamento. De itens de segurança básicos. Mas isso não passa de pura invencionice! Neurose. Conversa fiada. A crise, se a gente se der ao trabalho de pensar, já estava instaurada. O caos é a medida para a popularidade visada. Uma pequena parte do eleitorado é atendida. E o resto do país que sofra, espere, sonhe com um leito ou morra sem dizer nada. A morte é banalizada assim como a vida passa a ser desnecessária. E daí? O que VOCÊ acha?

Um comentário:

  1. Texto muito bom, parabéns. Infelizmente tudo que disse é verdade.

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