Por
aqui os caixões só aumentam e estão todos lacrados. Alguns corpos
apodrecem em caminhões frigoríficos não refrigerados. Outros,
permanecem por horas em macas pelos corredores de hospitais que são
maquiados quando recebem as visitas das autoridades. Aguardam em casa
por dias enrolados em roupas de cama na espera pela assistência
funerária. Morre-se por contágio e também por uma economia que
nunca pôs ou quis a vida em destaque. O reizinho dando de dedos. Os
principezinhos fantasiados de mocinhos vão sendo resguardados. O
congresso praticamente acuado. Claro! Com seus privilégios poupados.
Gasta-se muito das divisas públicas. Sem qualquer consulta,
licitação ou plano elaborado. As burguesinhas e os burguesezinhos
continuam entusiasmados. Viajando em voos particulares. Patrocinando
as lives milionárias. Agredindo enfermeiras. Desfilando em seus
super carros. De máscaras, debochando, pedindo o fim da quarentena.
Do isolamento como medida para evitar o colapso. Da proteção para
com os seus empregados. E seus seguidores inflamados. Ah, pobres
coitados! Sentem-se representados. Apenas fazem do despreparo. Um
patamar a mais para o oportunismo trinfar intacto. O que fazer com as
pequenas empresas abrindo falência? Com os trabalhadores
desempregados? Como se esse fosse o foco. O mote desse governo(?)
desde a sua esdrúxula escalada. Há falta de pessoal. De
treinamento. De itens de segurança básicos. Mas isso não passa de
pura invencionice! Neurose. Conversa fiada. A crise, se a gente se
der ao trabalho de pensar, já estava instaurada. O caos é a medida
para a popularidade visada. Uma pequena parte do eleitorado é
atendida. E o resto do país que sofra, espere, sonhe com um leito ou
morra sem dizer nada. A morte é banalizada assim como a vida passa a
ser desnecessária. E daí? O que VOCÊ acha?
Texto muito bom, parabéns. Infelizmente tudo que disse é verdade.
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