Não
vou dizer que quero só um pouco
Pois
sei que meus desejos e minhas vontades nem sempre andam juntos
E
que muitas vezes conciliá-los pode muito bem fugir ao meu controle
Não
vou dizer que posso ser sempre justo
Pois
sei que há muitos outros jeitos de estar e de representar-se junto e ao mundo
Não,
não vou tentar o que eu não posso
Pois
sei que convivo e que minha existência depende de muitos outros corpos
Que
também querem, desejam, necessitam
Investem
ou não um pouco de si mesmos em prol de algum convívio menos tosco
Não
vou dizer que aceito só o gosto
Pois
sei que lhe aprecio muito mais quando também ouço, vejo, toco
Sinto
e penso que nossas afinidades e diferenças são como cheiros que trocamos
Não, eu não espero vir a dizer que te amo por desgosto
Não, eu não espero vir a dizer que te amo por desgosto
Pois
sei que o passado, apesar de presente, não tem como durar o tempo todo
Não
vou dizer que quero só a sua amizade e que o resto possa deixar para depois
Não
vou dizer que um beijo e um abraço não façam tanto
Após
termos compartilhado alguns de nossos sonhos
Quando
começamos a querer juntos
Não
vou dizer que ficarei aqui numa boa, sem fazer nenhum esforço
Pois
sei que utopias só se realizam quando se convertem em planos
Falíveis,
passíveis assim de serem revistos tão logo os praticamos
Não
vou dizer que com você serei feliz e pronto
Pois
sei que nossos sentimentos e ideais mudam, passam
Confundem-se
e se ramificam como brotos
Transformando-se
ou extinguindo-se para que percebamos alguns outros
Sim,
eu vou aceitar minhas contradições e paradoxos aqui neste esboço
Privilegiando,
desprezando, esquecendo ou admitindo-me como animal humano.
Olha, gostei deste poema. Pareceu-me sentimentalista, mas bom. Percebo que cada dia que passa você está escrevendo melhor e de maneira mais dinâmica e variada.
ResponderExcluiresse texto, é empolgante, gostoso de ler, bonito verdadeiro,Parabens, gostei muito
ResponderExcluirhttp://caosnahumanidade.blogspot.com.br/
ResponderExcluirSe gostar de poesia tá aí um excelente blog