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8 de abril de 2014

Corpos que se reconhecem

Corpo pede arrego
Corpo tem desejo
Tenta evitar ou atrair para si
Muitas das suas alegrias
E também dos seus sofrimentos
Corpo tensionado procura alívio
Extasia-se e entedia-se
Se encontra algum sossego
Corpo também se cuida
Sentindo medo
Corpo ganha outro valor
Além do dinheiro
Corpo realiza-se
Às vezes com poucos movimentos
Corpo se esconde e se mostra
Dentro ou fora de uma morada
Ou de uma vestimenta
Corpo expele o que lhe agride
Ingeri
Saboreia muito mais intensamente
Processa o que lhe alimenta
Corpo ganha formas
Que a sua estrutura não sustenta
Corpo toca, roça, entrega-se
Percebe a temperatura
A textura da pele
Os cuidados alheios
Corpo quer saber
O alcance e o significado
Dos outros cheiros
Com o corpo somos
Nos alçamos ou nos refugiamos
Sentimos e refletimos
Entendendo
Corpo que pensa
Que fala e que cala
Corpo que dança
Que escreve
Trabalha
Ama e odeia
Corpo que teima
Aceita-se ou despreza-se
O corpo passeia
Guarda memórias
Interfere na história
Reage
Conforma-se
Liberta-se
Da solidão
Da carência
Da prepotência
De muitos de seus desprazeres
Quando deixa de depositar nos outros
Todos ou até mesmo
A maioria dos seus investimentos
Não que os corpos sejam assim tão independentes
Todos os corpos precisam da convivência
Para serem corpos que nascem e aprendem.

2 comentários:

  1. Corpos, será que não foram feitos apenas para experiências sensoriais?Para que a consciência possa melhor se expressar e experimentar as sensações? Tal qual o aquele curta "o planeta fantastico" ou avatar?
    Sinto muito querido!! telma

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  2. Os corpos foram feitos para nada, para o Nada. Essa é a única explicação, o resto é pura especulação.

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