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9 de dezembro de 2013

Aprendendo com a escrita

A gente escreve sobre o que acha que pensa. Acredita que sabe. Tentando mais entender do que mostrar. A gente escreve sobre aquilo que está dentro. E que é visto com surpresa quando o reparamos lá fora. A gente escreve com o que é. Imaginando como gostaria que fosse. A gente mente. Desaparece com todos os esboços. A gente escreve sempre que precisa. Sem fórmulas. Apenas dançando os ritmos. Mesmo se o fizermos todos os dias. A gente escreve para escapar. Frequentar o desconhecido. Voltar com diferentes revisões. E talvez escolher o que tem para ser escolhido. A gente escreve. A gente fala. Institucionaliza as relações. Delimita nossas linguagens. A gente parece que quer mesmo se livrar do que não precisa ser permitido. A gente escreve para retomar alguma canção. Assoviando a melodia até que ela mesma a sua forma lhe sugira. A gente palpita. Exagera. Muda o compasso. Maravilha-se. Quando partimos ou nos achegamos a uma elipse esquecida. A gente apenas diz o que vê. Garimpando os nossos redemoinhos. Lavra alguma impressão. A gente desenha. Pinta. Esculpe. Atua. Costura. Sequencia. Erra. Acerta. Corrige. Dá movimento às notas que nos frequenciam. A gente escreve e os significados extrapolam o que a gente imagina...

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