Páginas

2 de dezembro de 2011

Para sonhar

Não basta a justificativa
Não basta a vontade
Não basta a justiça
Não basta esperar
Se as palavras dizem sim
E os gestos dizem não
Ser aquilo que deseja
Não se transforma
Numa questão de opinião
Olhar devagar
Deixar as imagens parar de lhe embaralhar
Fazer
O que até então era impossível
Idealizar
Realizar
O que não é fácil esquecer
Nutrir a alma
Assim, assim tão simples,
Como a água nutre o mar
Ouvir
Começar
A entender a natureza
Do instinto de cuidar
Assistir ao desfile
Mas também participar
Fazendo escolhas
Que lhe mostram
A possibilidade
De não mais justificar
Não mais mentir
Não mais invejar
Os sentimentos que nascem
De outro lugar
Onde a consciência da consciência
Pode apenas tentar representar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário