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20 de novembro de 2011

No moinho das almas

Queimo minha pele
Encontro areia em meu bolso
Velejo em seu esboço
Sinto porque fui tão calmo
Converso com meu sobrinho
Flutuo sobre um mar revolto
Fazendo planos
Não durmo
Não sonho
Anseio
Inspiro minhas angústias
Pois também sou teimoso
Então, sustento minhas defesas
Mantenho minha prece calada
Aos poucos vou sabendo de suas marcas
Farejo as beiradas da calçada
Não
Não consigo apertar o passo
Pergunto a mim mesmo
Onde deixei meu corpo
Exposto
Exausto
Ao seu lado
Tudo ficava mais saboroso
Esqueço
Desgosto
Lembro
Fico
A cada segundo de vida
Um ano mais morto
É estranho
Também me parece estranho
Você conhece algum jeito
De ignorar um coração afoito?

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