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4 de dezembro de 2020

Mika

Jamais esteve a salvo. Quase sempre tão calma. Até que aquele furacão lhe colhera. Deixando-a incrustada. Em seu novo precipício. Intrigada. Pensava em como fazer mais uma vez a escalada. Enquanto via seu corpo arrebentar-se contra os rochedos infinitos. No hospício. Vira o desperdício. De pessoas, drogas e verbas. Gastas sem o menor compromisso. Com a vida. Ela se debatia. Lutava. Com os seus próprios meios. Para escapar. Mudar o foco. Recobrar as perspectivas. Como num filme. Onde os cortes ocorrem. Para que o efeito cumpra o seu papel. Acionando o metabolismo. Realçando aquele trecho. Fragmento específico. Como a sensação que a percorria. Naquele momento crítico. Em que viu a fagulha. Acendendo-a. Indicando-lhe uma saída.

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