A orquídea chamava:
- Venha, dona mariposa. Leve o
meu pólen aonde você costuma ir. Em troca lhe deixo o néctar que
você conseguir ingerir. Uma forma de agradecimento por fazer com que
eu e a minha espécie possamos nos reproduzir.
- Obrigada, dona orquídea!
Também lhe sou grata por nutrir a mim e aos meus que igualmente
querem continuar por aqui.
Um casal de percevejos que
estava por perto ouviu e disparou – assim que os dois conseguiram
parar de rir:
- Ora... ora, então nós
também não temos que subsistir?!
- Mas vocês não precisam de
mim para se reproduzir! - revidou a orquídea, como se o seu
argumento fosse capaz de os dissuadir.
- Não precisamos, mas também
temos que nos alimentar; caso contrário, como iremos enfrentar
nossos predadores e deixar nossos descendentes mais aptos para
prosseguir?
Um morcego que passava por ali,
ao ouvir o que lhe pareceu ser uma discussão, logo pousou para
conferir. Não demorou muito e já estava a interagir:
- Certo, certo... o que vocês
dizem é muito pertinente. A propósito, dona mariposa, eu também
estava em busca de algo para digerir.