quem sente o vento como um convite
para dançar no ritmo de outra
canção?
quem observa a chuva como uma aliada
para a sobrevivência e a mútua
nutrição?
quem saudou o dia, a cama, a comida
o passeio de mãos dadas
a nuvem com forma de criança que
passou?
quem esqueceu do tempo e do espaço
em prol de um poema em gestação?
quem aceitou o verso que lhe foi
entregue
pelas ondas que formavam a
arrebentação?
quem me ensinou
me mostrou que estava errado
ao achar que lembrar de você
era uma vã constatação?