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27 de janeiro de 2016

Inutilidade

       Página aberta. Esperando pela partida. Cabeça em transe. Antevendo a oportunidade. De transitar por outros cantos. Desbravando novos ares. Imaginando. Intuindo. Imprimindo algumas representações particulares. Página aberta. Para que as novidades sejam concebidas e demonstradas. Com imagens. Com palavras. Com objetos e objetivos que ultrapassem a simples utilidade. Através de formas que prezem pela liberdade. De interpretação. De comunicação. De diálogo. Com ou sem familiaridade. Com as técnicas ou as linguagens especializadas. Página aberta. Desconfigurada. Enquanto vamos desconstruindo os padrões. Agindo com espontaneidade. Dando corpo e sentimentos às personagens que vão sendo criadas ao mesmo tempo em que a obra vai caminhando rumo ao inesperado. Página aberta. Sentidos atentos. Incomodados. Até chegarem à síntese entre o vivido e o pensado. Noite adentro. Dia afora. Conectados à necessidade e à vontade. De escancararem os limites da cultura. Da vida humana com suas tradições e rupturas interligadas. Diminuídas exaustivamente pelos interesses dos mercadores. Que querem que a arte seja apenas aquilo que vende em demasia e não estimula outras tantas potencialidades. Página aberta. Referendando o improviso. Convidando-nos à interatividade.

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