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20 de fevereiro de 2011

Bertold Brecht

Você chama de violentas as águas de um rio que a tudo arrastam, mas não chama de violentas as margens que o aprisionam.”

Considerando nossa fraqueza, os senhores forjaram suas leis para nos escravizarem. As leis não mais serão respeitadas, considerando que não queremos mais ser escravos. Considerando que os senhores nos ameaçam com fuzis e com canhões, nós decidimos: de agora em diante temeremos mais a miséria que a morte.”

Mostre-nos o caminho que devemos seguir, e nós o seguiremos como você, mas não siga sem nós o caminho correto. Ele é sem nós o mais errado. Não se afaste de nós! Podemos errar, e você ter razão, portanto, não se afaste de nós! Que o caminho mais curto é melhor que o mais longo ninguém nega, mas quando alguém o conhece, e não é capaz de mostrá-lo, de que nos serve sua sabedoria? Seja sábio conosco! Não se afaste de nós!”

Quem se defende porque lhe tiraram o ar ao lhe apertar a garganta, para esse há um parágrafo que diz: ele agiu em legítima defesa. Mas o mesmo parágrafo silencia quando vocês se defendem porque lhe tiram o pão. E, no entanto, morre quem não come, e quem não come suficiente morre lentamente. Durante os anos todos em que morre não lhe é permitido se defender. Desconfiai do mais trivial, na aparência singelo. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural, nada deve parecer impossível de mudar.”

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